4.1.07

Sorriso cor-de-terra

Ao longe vi sua silhueta, e de longe o observei de perfil, quase de costas. Quando me aproximei cumprimentei e sustentei o olhar tanto quanto pude, bem menos do que gostaria, bem mais do que me julgava capaz. O aperto de mão era firme, seguro de si. Se estendeu por um instante breve o suficiente para selar a cordialidade e ao mesmo tempo a tensão.
E então o sorriso. O sorriso cor-de-terra. A camiseta cor-de-terra batida, o sorriso a evocar o gosto de aventura e o cheiro da terra molhada pela chuva fina.

Teve que partir.
A garoa fina voltou a deitar pingos sobre a terra.
Eu não pude me sujar.