30.4.06

Durante a última semana eu estive confirmando vôos internacionais de passageiros que sequer tinham o telefone da companhia aérea. Expliquei mais de uma vez que São Paulo não estava dividida em dowtown e uptown, e que o subway não chegaria até todos os lugares onde gostariam de estar. Decorei nomes de pessoas que nunca cheguei ver o rosto, tantos foram o número de vezes que tive que checá-los em diversas listas.
Estreitei laços com meus colegas de trabalho. Descobri virtudes neles que desconhecia ainda que nos víssemos diariamente. Redescobri aptidões em mim que havia muito estavam obscurecidas.

Um canadense se surpreendeu quando perguntei se seu sobrenome era de origem báltica.
Conheci pessoas novas.
O israelense disse que se sentiu muito bem tratado.
A maioria provavelmente eu nunca mais veja.
O suíço me perguntou if i was interested in girls enquanto estávamos no táxi indo pra balada.
Algumas eu gostaria de poder ver para sempre.
A australiana me perguntou se meu trabalho era voluntário.
Na noite da festa de despedida eu bebia uísque enquanto imagens de filmes mudos rodavam em vinte e quatro quadros por segundo projetados sobre um imenso telão sobre a grama.
Eu disse que sim.
O cara de Hong Kong me perguntou se eu não deveria estar me divertindo mais.
Eu disse que a desilusão amorosa da noite já havia acontecido.
Jovens se aborrecem facilmente.
Que venha o próximo ano.

22.4.06

Think of me when you close your eyes
But don't look back when you break your ties
Yeah think of me when you're coming down
But don't look back when leaving town today