26.11.04

In the end

O fulaninho do time de beisebol convida o coleguinha estudioso pra sair. Um encontro. Date. Só os dois. O coleguinha, sensível acima da média, não faz estardalhaços ou coisa do tipo. Simplesmente não quer. E continuam amigos.

Cena de "Apesar de tudo" (Still Standing/Fox) seriado que não é exatamente conhecido por pioneirismos de qualquer gênero. Mas estava lá. Você lá com seus treze, catorze anos, não completamente seguro de sua sexualidade (porque isso é uma coisa imensa) mas seguro de que você quer o seu colega de sala junto de você. Simples assim. Porque deve ser bom.

Porque no fim das contas, é isso o que vale. No fim das contas todo mundo quer poder sentir aquele friozinho que dá quando você vê uma pessoa que gosta. E ser retribuído. E por que você teria de ficar mais velho, ter estabilidade social e maturidade pra relevar comentários alheios para poder desfrutar desse momento de rara intensidade?

No fim das contas, você trocaria todo o seu estilo e pompa, toda a sua maturidade forjada a fogo por um breve momento sublime como esse. Que os atuais jovens em início de adolescência já estejam fazendo isso. Que possam fazê-lo quando tiverem o desejo, e não somente depois de tê-lo compreendido.