19.3.06

Crash into me. Really.

Ontem eu fugi do casamento de um colega de infância. Coleguinha, desses do prédio. Longínquos tempos em que frequentávamos a casa um do outro, jogávamos videogame, can-can e chegamos a fundar um clubinho.

Fugi. Não fui. Mal vejo o rapaz há anos, não sei o que faz atualmente, não conheço sua namorada. Mas a festa foi no salão do prédio. Eu poderia ter ido. Mamãe e papai compareceram. E ainda havia um amigo (eventual leitor desse blog) inesperadamente entre os convidados. Mas eu não encarei.

Mas não adiantou.

Sábado de madrugada, voltando de um cineminha à meia-noite.
Entro no prédio e vejo um rapaz interessante de costas. Ele anda devagar, parece levemente embriagado. Mais tarde vejo que ele tem uma lata de cerveja na mão. Acho que não o conheço.

Entro no elevador e descubro que estava enganado. O jovem em questão é o terceiro membro do tal clubinho pré-pré-adolescente. Fico tenso. Não sei quem ele é hoje. Ou talvez saiba. Um pouco. O cara mora no apartamento em cima do meu. E durante anos dormi no quarto embaixo do dele. Tínhamos um clubinho de amigos. Talvez falido. Porém sincero.

Ontem eu evitei ir atrás de um passado e descobrir alguma coisa diferente. Alguma coisa verdadeira. Qualquer coisa. Eu evitei. Mas não adiantou. A descoberta veio até mim. E só fez aumentar minha dúvida. Minha angústia e minha ansiedade. Sobre se eu pretendo encarar meus futuros relacionamentos com a mesma perda de intimidade. Ou se irei fazer alguma coisa a respeito.

4 Comments:

Blogger Camila Rocha said...

Mortos que ressurgem é coisa de filme de terror B ou sessão espírita picareta! Nunca é muito saudável. Ou o morto vem com um serra elétrica e dilacera suas entranhas, o que pode ser bem dolorido, ou então, você pode ser convidado à participar de um mundo paralelo das relações passadas, o que é bizarro.
Beware!

10:41 AM  
Blogger Camila Rocha said...

Hum, você me incentivou a voltar a ativa no blog.

10:41 AM  
Blogger Chrissie said...

A partir do momento em que decidi me importar só com quem se importa, percebi que não precisaria me importar mais com nada, porque ninguém se importa. And who cares? rs

3:12 AM  
Anonymous Anônimo said...

Eu te entendo. O tempo passa e quando você nota tá tudo mudado. Parece que a gente conhece o começo e o final (ou melhor, o presente), mas não faz muito sentido porque a gente perdeu o miolo da história.
Não deixa de ser triste, de certa forma. Mas, como diria o Sinatra, "that's life".
[Ah sim: eventual leitor e péssimo comentarista. Por isso que geralmente eu fico quieto, hehe.]

12:20 PM  

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